Tão certo como o amigo ama o amigo Também te amo, vida-enigma
Mesmo que me tenha exultado ou chorado, Mesmo que me tenhas dado prazer ou dor.
Eu amo-te junto com teus pesares, E mesmo que me devas destruir,
Desprender-me-ei de teus braços Como o amigo se desprende do peito amigo.
Com toda força te abraço! Deixa tuas chamas me inflamarem,
Deixa-me ainda no ardor da luta Sondar mais fundo teu enigma
Ser! Pensar milénios! Fecha-me em teus braços:
Se já não tens felicidade para me dar
Muito bem: dai-me teu tormento.”
Hino à Vida-1881, Lou Andreas Salomé